terça-feira, 10 de maio de 2011

Babe eu quero que você se foda.
(Eu, que me sinto mais viva agora)
Quero o eco que, mesmo vazio, ainda me dá a sua carne boa pra sentir.
Com uma pitada de você meu corpo muda, começa a significar amor.
Nada se opõe. Só se ganha quando se põe.
Quando eu punha, eu saía e ficava sentindo a falta do que teria mais pra colocar.
E no momento em que tivesse você de novo...
Eu quero te matar com os olhos.
O vento leva tudo que há, e leva também a minha saudade.
Mas ela nao fica finda, já que há o ainda.
O chão me pega no pé , e a chuva às vezes cai com gosto de laranja.
A maior parte do mar é feita de sangue.
O mar que corre nas minhas veias.

Lebensreform

A Lebensreform, ou reforma da vida, promovida nas primeiras décadas do século XX na Europa (particularmente na Alemanha), pregava, entre outros, uma volta “às forças genuínas da vida” e uma regeneração do homem e da sociedade através do vegetarianismo, da relação saudável com a natureza, da recusa ao álcool e do afastamento das grandes metrópoles. A fundação da comunidade de Monte Verità, nas montanhas de Ascona, localizadas na parte italiana dos Alpes Suíços, deu concretude a esta “utopia”, reforçada pelo ambiente quase mágico da região (clima subtropical,
riqueza mineral e presença de lagos e vasta vegetação). Este ambiente filosófico e cultural foi, em parte, responsável pela criação do Círculo de Eranos, um centro de estudos mitológicos que contou com figuras como Carl G. Jung, Rudolf Otto, Karl Kerenyi, Joseph Campbell, Mircea Eliade, Gilbert Durand, Gershim Scholem, Henry Corbin e Gerardus van der Leeuw e recebeu, durante duas décadas, alguns dos principais intelectuais e artistas europeus.

Teatro e Storia. Bologna: Il Mulino, 1987 e GREEN, Martin. Mountain of truth: the counterculture begins Ascona, 1900-1920. Lebanon, New Hampshire: University Press of New England, 1986.

Palavras que me servem de sons à meia noite de um dia que ainda não começou.

Arde dentro, é pétala de pedra.
Medo dentro de potes, ainda fechados.
Cabeça cheia de cobras.
Deus é o movimento: sua existência enxergo nos atos, nos eventos.